quarta-feira, 16 de abril de 2008

Falsa Loura


Ontem fui na pré-estréia do filme Falsa Loura, de Carlos Reichenbach, no Reserva Cultural, aqui em São Paulo. Tudo indicava que seria uma noite divertida, com direito a mais um filme nacional muito bem realizado. Ledo engano! A única coisa que me conforta, é que não paguei pelo ingresso. Ainda bem!
Antes de começar a falar do filme, que estréia em circuito nacional nessa sexta-feira, dia 18, já mando um recado: não percam tempo em sair de casa, pegar trânsito e ficar 97 minutos com a bunda sentada em uma poltrona de qualquer cinema que estiver passando esse filme. Não vale a pena. Mesmo!


Falsa Loura é o 15º longa-metragem do diretor Carlos Reichenbach, que já está nessa profissão há 40 anos. Mas não vou falar da trajetória dele, porque não sei de mais nada. Aliás, sei que ele dirigiu o longa Garotas do ABC, que eu não vi. Será que perdi alguma coisa?

Bom, a noite começou divertida. Quem me acompanhou nessa jornada foi a Pricks, uma amiga que conheci aqui e que é sensacional, mas outra hora falo melhor dela (que com certeza vale um post inteiro).
Chegamos ao local um pouco mais cedo pra trocar os convites por dois ingressos (cortesia!). E adivinha quem encontramos por lá? Ronaldo Esper. Sim, aquele estilista metido que roubou alguns vasos de um cemitério em São Paulo e tem (ou tinha) um quadro no programa da Luciana Gimenez, onde ele "alfineta" as celebridades. Confesso que foi engraçado ver aquele ser humano segurando em uma mão o microfone da Rede TV! e na outra um objeto que parecia uma varinha de condão. Será que ele foi pra lá alfinetar os convidados? Bem provável.



Logo em seguida, me deparei com Rosanne Mulholland, a mais nova queridinha do cinema nacional. Não sabe quem é? Ela fez O Magnata, o (infeliz) filme do Chorão, vocalista do Charlie Brown Jr. Não ajudou? Ela também participou da minissérie JK e da novela Sete Pecados, ambas na Rede Globo. Lembrou mais ou menos? O longa A Concepção (muito bom, por sinal) também tem a participação dela. Continua não sabendo quem é a menina? Então vai no Google ou olha a foto dela aqui pra saber se conhece.


Rosane Mulholland: a nova musa do cinema brasileiro.

Ok! Vamos voltar a falar do filme Falsa Loura.
Rosanne é a protagonista e interpreta Silmara, uma operária assanhada. A menina é linda, mas me decepcionou com uma atuação forçada (tudo bem que o roteiro não ajuda muito). Já não tinha achado grandes coisas em seus trabalhos anteriores, mas neste ela se superou. O melhor que ela faz no filme é rebolar (e olha que têm algumas cenas de nudez, que de tão desnecessárias, acabam nem valendo a pena comentar).

Mas não foi só a atuação de Rosanne que me incomodou. Grande parte do elenco parecia estar despreparado para realizar aquele trabalho. Faltou uma "verdade" neles, se é que me entendem. A impressão que passa é que o diretor mandou todos falarem corretamente o que estava escrito no diálogo, sem mexer em uma vírgula ou abusar da improvisação.
E sabe quando você sente vergonha pelos outros? Pois é, tive essa sensação várias vezes durante o filme. Um dos responsáveis por isso foi o Léo Aquila, aquele que é repórter/drag queen da Rede TV!, que trabalhava com a Monique Evans. Sinceramente, eu não sei o que ele/ela estava fazendo naquele elenco.

O diretor do filme, Carlos Reichenbach e alguns atores.

Mesmo com diálogos artificiais, três atores me chamaram a atenção: Susana Alves (sim, ela mesma, A Tiazinha), Jiddu Pinheiro e Djin Sganzerla.
A Tiazinha, quer dizer, Susana Alves (agora atriz e não mais depiladora de adolescentes) surpreende ao dar vida à Milena, operária da mesma fábrica de Silmara. Jamais imaginei que aquela mulher que há alguns anos era recorde de vendas da revista Playboy, se tornaria uma boa atriz. Boa, eu disse. E não excelente.
Jiddu Pinheiro foi o único ator que parece ter conseguido levar para as telonas aquilo que o diretor queria que ficasse marcado: uma pitada de comédia. Ele interpreta o vizinho de Silmara e, mesmo em poucas aparições, consegue arrancar boas gargalhadas da platéia. Confesso que quando Jiddu entrava em cena, eu esquecia o filme que estava vendo e me divertia um pouco. Bem pouco, infelizmente.
Djin Sganzerla, que até então eu não conhecia, fez um ótimo trabalho. Sua personagem, a feiosa Briducha, que também é operária (e lhe rendeu o prêmio de atriz coadjuvante no 40º Festival de Brasília), é alvo de preconceito, devido sua aparência. Quase no começo do filme, Silmara resolve se transformar em fada madrinha e ajuda a amiga patinho feio virar Cinderela.
Eis que surge um dos problemas do filme: a moça vai lá, faz compras no shopping e se transforma no salão de beleza. Ficou bonita, cabelo liso, maquiada e deu. Não se fala mais nisso no filme. Parece novela, sabe? Que tudo acontece em um capítulo, em um dia e pronto, as coisas estão resolvidas. Ok, sem problemas! Não tenho nada contra novelas e isso é comum em suas tramas, já que a cada dia surgem histórias novas. Só que em cinema é diferente, as coisas tem que ser resolvidas em alguns minutos ou horas, para que o espectador saia satisfeito da sala. A não ser que o filme seja um Kill Bill da vida, que as histórias continuam em um segundo filme ou uma trilogia como O Senhor dos Anéis. Mas este não é o caso de Falsa Loura, por isso perde pontos.

Alguns dos atores, entre eles: Djin Sganzerla, Susana Alves (sem chicote e sem máscara) e Léo Áquila (sem plumas e paetês).

Como bom admirador da cultura brega, me diverti em uma cena muito cafona, onde Maurício Mattar (sim! ele também está nesse filme) aparece ao lado de Silmara, cantando uma música horrorosa, em cima de um mar artificial. Mas o melhor é quando aparece a letra da música na tela, como se fosse um videokê, com bolinhas acompanhando a canção. Momento mais brega, sem dúvida. E olha que tem vários!

Momento brega: Luís Ronaldo e Silmara.

Pra não dizer que eu só falei mal do filme, gosto bastante da direção de fotografia. Não que seja algo digno de algum prêmio, mas pelo menos é bem feita. Percebe-se que a decupagem funcionou direitinho e por isso rendeu bons enquadramentos, planos, movimentos de câmera. Gosto da edição também, que ajuda bastante para (tentar) dar ritmo à narrativa.
Só tem uma parte que me incomoda: em uma cena de sexo, Silmara e o vocalista/galã de uma bandinha famosa (interpretado por Cauã Reymond), estão em "borbulhas de amor" e ao mesmo tempo, a cena se funde com imagens do mar. Algo tenebroso, podemos dizer.

Acharam que eu não falaria da trilha sonora? Prometo não falar muito. Aliás, nem tem muito o que dizer: péssima! Canções medíocres e pra piorar, na voz de Cauã Reymond!

Poluição sonora: Cauã Reymond como Bruno de André.

Quando terminou o filme, o que eu mais queria era sair correndo daquela sala. Não só eu, como metade das pessoas que estavam presentes. E o pior de tudo é não conseguir disfarçar a cara de indignação e passar pela equipe, elenco, diretor, com um sorriso amarelo. Sim! Estavam todos lá! Antes de iniciar o filme, o diretor e a diretora de produção foram lá na frente, falaram algumas coisas e chamaram todo o elenco (que não é pequeno) para se apresentar para o público. Só dois atores não compareceram: Cauã Reymond e Maurício Mattar.

Equipe reunida antes de começar o "espetáculo".

E não contentes em realizar um filme tão ruim, na saída da sala de cinema, todos os espectadores ganharam um cd com a trilha sonora do filme. Eu mereço?

Preciso urgente ver um filme que preste! Agora!
Buenas!

4 comentários:

Anônimo disse...

Dou graças só de pensar que o último filme brasileiro que tu me obrigou (ops, convidou!) a ver foi "Meu nome não é Johnny". Esse pelo menos valeu a pena. Ouvi falar desse "Falsa Loira" e de cara já recusaria assistir.
Mas tu está muito chique indo em pré-estréias hein! Saudades!
Me leva junto quando eu for a Sampa!
Besos!

Anônimo disse...

Hummmmmmmmmmmmmmmmmmmmmm

no coments at all!
ahahahahahahah

só de sair da sala correndo e nem aproveitar o "tal" coquetel... ja resumimos o q sentimos sobre o tal grande filme!


òk!

ficaremos por aki!

amo!
beijos Tchau!

Fabiana Lazzari disse...

oie!
Adorei o teu blog e já vou adicionar nos meus favoritos...hehhee
Parabéns pela nova escolha para a mudança de vida!!
É isso aí...tens que investir no que realmente queres...e tu tens talento garoto...vai firmeeeeeee!
Estou torcendo por ti aqui em Floripa...mas não esquece da gente não ok?
E quando precisares de atriz...estou aqui ok...pronta para trabalhar....hehehehe
Quanto ao filme...é assim mesmo né!! Filmes bons, excelentes e ruins...são graças a eles que se pode melhorar!!!
Podemos dizer que rendeu uma boa matéria no teu blog! hahahaha
Bjocas gato e muitas energias positivas por aí pra ti!

Anônimo disse...

vamos atualizar isso aqui???