terça-feira, 23 de setembro de 2008

Sex And The City

Nunca fui fã de Sex And The City. Lembro de quando a série estourou, virou sucesso, mania, moda. Alguns amigos amavam aquelas quatro mulheres falando de sexo o tempo todo. E eu nem dava bola. Achava chato sem mesmo ter visto um episódio. Confesso. Tinha um preconceito. Sabe aquela coisa, não vi e não gostei? Pois é. Eu era assim.
Bom, já deu pra imaginar o que aconteceu depois que eu vi pela primeira vez, certo?


Comecei o processo ao contrário. Depois de quatro anos do término da série, eis que Carrie, Samantha, Charlotte e Miranda reapareceram. Muito mais maduras, modernas e com o papo ainda mais afiado sobre sexo.
O lançamento do filme foi um sucesso. Fãs da série ficaram ainda mais felizes com o retorno da mulherada e suas histórias, amores, paixões e claro, muito sexo.
Não tinha a mínima vontade de assistir ao filme, já que nunca tinha visto nada da série. Só que acabei me rendendo. Na verdade, eu não tive opção.

Estava em Londres, visitando minha prima Joanna e quando cheguei, ela já tinha programado com as amigas de ir ao cinema. E sem eu saber, também já estava convocado. Ok! Topei. Pensei na experiência de ver um filme em um cinema londrino, pra ver se existia alguma diferença do Brasil, se a sala era maior, de melhor qualidade, essas coisas. E como não teria legenda, a probabilidade de eu entender 100% do filme era quase nula.
Resultado?
Foi tudo ao contrário.
A sala de cinema não tinha nada de diferente, a pipoca era igual e o filme... Bom, o filme... Mesmo sem legenda consegui entender toda a história. E adivinhem? Gostei! Adorei. Fiquei com vontade de saber como tudo começou.
Não deu outra. De volta ao Brasil, a primeira coisa que fiz foi assistir desde a primeira temporada, mesmo já sabendo o que aconteceria no final de tudo isso.



Sex And The City é viciante. Carrie, Samantha, Charlotte e Miranda são apaixonantes. Os episódios são bem escritos, bem dirigidos e bem conduzidos através do tema principal da série: o sexo. Mas nem por isso ele torna-se o personagem principal.
As quatro melhores amigas seguem caminhos diferentes, vivem cada uma à sua maneira, possuem desejos distintos, mas na hora do almoço ou do café ou da janta, quando se encontram, se transformam em uma só.

Carrie Bradshaw (Sarah Jessica Parker) é a principal. Tem uma coluna em um jornal de Nova York chamada Sex And The City e ama sapatos (Manolo Blahnik, de preferência). É a mais “em cima do muro” das quatro e a mais burra em relação ao amor. Talvez a mais “problemática” (não sei se é bem essa a palavra), mesmo sendo expert no assunto (amor e sexo). E todo o seu dom de ajudar as mulheres através do que escreve só não favorece uma única pessoa: ela mesma!


A mais quente de todas, sem dúvida alguma, é Samantha Jones (Kim Cattrall). Só pra ter uma noção básica, metade de Nova York já passou pela sua cama. E mesmo com tanto “fogo”, procura fugir do amor sempre que ele aparece.

Miranda Hobbes (Cynthia Nixon) é workaholic. Desiludida. Um pouco negativa, digamos. E profissional em esconder seus sentimentos. Só não chega a ser tão radical com o amor quanto Samantha.



Charlotte York (Kristin Davis) é a queridinha. Meiga, elegante, inteligente e apaixonada pelo amor. Vive em função de uma sociedade com valores ditados por seus integrantes e sente-se pressionada pela idade. Precisa casar (de véu e grinalda), ter filhos e viver como uma família feliz (tipo aquelas de propaganda de margarina).



Quatro amigas. Quatro mulheres inteligentes. Apaixonadas por moda, homens (e até mulheres, de vez em quando), independentes. Mulheres da cidade, cosmopolitas. Modernas!

Mas a série não vive só delas. Os personagens coadjuvantes são fundamentais para o complemento das histórias. Como por exemplo, o Mr. Big (Chris Noth), grande amor de Carrie, que só tem o nome revelado no último episódio da última temporada, na última cena.
Além dele, tem o Steve (David Eigenberg), Aidan (John Corbett), Maria (interpretada pela brasileira Sonia Braga), Trey (Kyle MacLachlan), Harry (Evan Handler), Stanford (Willie Garson), Anthony (Mario Cantone), entre outros, e também algumas participações especiais de Jon Bon Jovi, Lucy Liu e Mikhail Baryshnikov.

(Steve, Aidan, Harry e Stanford)

(Maria, Trey e Anthony)

Sex And The City é o retrato da mulher independente, consumista. Virou tendência, fez moda, aconselhou mulheres e ajudou a mudar o comportamento de muitas pessoas.
Se você assistir alguns episódios, com certeza, em algum momento, vai perceber que já passou por algo parecido (ou igual). Cada capítulo é baseado naquilo que Carrie escreve na sua coluna (e várias vezes fiquei com vontade de anotar algumas coisas que ela dizia).
Anotei uma que achei boa, do episódio “Eu amo Nova York”, o último da quarta temporada:
“Talvez os nossos erros escrevam nossos destinos. Se não, o que mais formaria nossas vidas? Talvez, se nunca mudássemos de direção jamais nos apaixonaríamos ou teríamos bebês, ou seríamos quem somos. Afinal de contas, as estações mudam. As cidades também. As pessoas entram e saem de sua vida. Mas é bom saber que quem se ama está sempre no seu coração. E, se você tiver muita sorte, a um vôo de distância”.

Dizem que vem por aí um segundo filme e que Candace Bushnell (autora do livro que deu origem a série) já assinou contrato para escrever um livro contando a vida de Carrie na adolescência (que provavelmente também se tornará um seriado).

Mas não é preciso esperar por um novo filme ou por uma nova série para acompanhar a vida dessas mulheres modernas. Basta olhar para o seu lado, no seu trabalho ou na sua própria casa, que você vai encontrar uma Carrie ou uma Samantha ou uma Charlotte ou uma Miranda.
Quem sabe até encontre todas elas juntas.
Não duvide!


segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Viva o Cinema!

Ontem, dia 31 de agosto, foi o último dia do 19º Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo.
Foram muitos dias de filmes, encontros, contatos, surpresas e criatividade.
Muita criatividade!
E isso é bom. Quer dizer, isso é ótimo!
Não é toda hora que uma oportunidade como essa aparece. E ver filmes é sempre válido.

Como sou formado em Cinema, toda vez que eu sento naquelas poltronas e começo a assistir aos filmes, saio da sala com vontade de escrever mais roteiros, fazer mais filmes, criar, dirigir. É uma sensação muito boa. Parece que nesses momentos as idéias surgem com mais facilidade e o amor pelo cinema aumenta.
A vontade maior mesmo é de sair da sala e na rua já encontrar a equipe formada, set preparado, atores posicionados e gritar “Ação!”.
Claro que toda essa empolgação surge devido aos bons filmes que passaram na última sessão.
E já que o assunto é filme de qualidade, nada melhor do que comentar alguns que foram os grandes destaques do festival.

Na noite de abertura, no dia 21 de agosto, tive o prazer de assistir Blackout, primeiro curta de Daniel Rezende como diretor.
Daniel foi indicado ao OSCAR de melhor montagem por Cidade de Deus e em apenas um dia de filmagem, realizou seu primeiro curta. Tudo feito na camaradagem, como ele mesmo diz, já que a equipe de Ensaio Sobre a Cegueira (novo longa de Fernando Meirelles) foi aproveitada.


Cena de Blackout: Augusto Madeira e Wagner Moura


Na mesma noite, outros filmes maravilhosos foram apresentados, como Próximo Andar (Next Floor, de Denis Villeneuve, do Canadá), Mamãe Eu Fiz Um Super-8 Nas Calças (de Carlos Zílio) e Eu Sou Bob (I Am Bob, de Donald Rice, da Inglaterra).

Na Mostra Brasil, filmes de todos os cantos desse país deram o ar da graça pelo festival.
Destaco alguns, como: Entre Cores e Navalhas, de Iberê Carvalho; Os Filmes Que Não Fiz, de Gilberto Scarpa; Muito Além do Chuveiro, de Poliana Paiva; Terra, de Sávio Leite; Esboço Para Fotografia, de Bruno Carneiro; Phedra, de Cláudia Priscilla; La Dolorosa, de Odilon Rocha e Relicário, de Rafael Gomes.

Os Filmes Que Não Fiz, Muito Além do Chuveiro, Phedra e La Dolorosa

E vendo o guia de programação do festival me deparei com três produções catarinenses, de colegas da mesma faculdade que me formei: Sofia, de Alexandre Franco; Ouroboro, de Maurício Antonangelo e A Caminho, de Sebastião Braga.
Viva o cinema catarinense!
Viva o cinema brasileiro! E o cinema do mundo inteiro!
E viva os festivais, claro! Porque, sem eles, os profissionais do cinema não teriam a oportunidade de mostrarem suas obras de arte.